28 abril, 2009

Estágios do Desenvolvimento

Piaget acredita que existem, no desenvolvimento humano, diferentes momentos: um pensamento, uma maneira de calcular, uma certa conclusão, podem parecer absolutamente corretos em um determinado período de desenvolvimento e absurdos num outro. As etapas de desenvolvimento do pensamento são, ao mesmo tempo, contínuas e descontínuas. Elas são contínuas porque sempre se apóiam na anterir, incorporando-a e transformando-a. Fala-se em descontinuidade no desenvolvimento, por outro lado, porque cada nova etapa não é mero prolongamento da que lhe antecedeu: transformações qualitativas radicais ocorrem no modo de pensar das crianças. As etapas de desenvolvimento encontram-se, assim, funcionamente relacionadas dentro de um mesmo processo.
Deve-se, ainda observar que as faixas atárias previstas para cada atapa não são rigidamente marcadas, ao contrário, elas se referem apenas às médias de idade onde prevalecem construções de pensamento. Nesse sentido, o modelo piagetiano é fortemente marcado pela maturação, pois atribui-se a ela o fato de crianças apresentarem sempre determinadas características psicológicas em uma faixa de idade. Tal modelo pretende, por isso ser universal.
Não obstante, Piaget reconhece que, a despeito de preponderar em determinadas faixas etárias uma forma específica de pensar e atuar sobre o mundo, podem existir atrasos ou avanços individuais em relação à norma do grupo. Essa variação pode ser devida, em grande parte, à natureza do ambiente em que as crianças vivem. Contextos que colocam desafios às crianças são potencialmente mais estimulantes para o desenvolvimento cognitivo.
As diferentes etapas cognitivas apresentam, portanto, características próprias e cada uma delas constitui um determinado tipo de equilíbrio. Ao longo do desenvolvimento mental, passa-se de uma etapa para outra etapa, buscando um novo e mais completo equilíbrio que depende, entretanto, das construções passadas.
Não é possível passar, por exemplo da etapa sensoriomotora para a operatório-concreta, "pulando" a pré-operatória. A sequência das etapas é sempre invariável, muito embora, a época em que as mesmas são alcançadas possa não ser sempre a mesma para todas as crianças. De igual modo, as etapas do desenvolvimento cognitivo não são reversíveis: ao se construir uma determinada capacidade mental, não mais é possível perdê-la.
Trabalho com 3ª série(4ºano), faixa etária de 8 a 11 anos de idade, que se encontram no estágio operatório-concreto. Nesta etapa o pensamento lógico, objetivo, adquiri preponderância. Ao logo dela, as ações interiorizadas vão-se tornando cada vez mais reversíveis e, portanto, móveis e flexíveis. O pensamento se torna menos egocêntrico, menos centrado no sujeito. A criança é capaz de construir um conhecimento mas compatível com o mundo que a rodeia. O real e o fantástico não mais se misturarão em sua percepção.
O pensamento operatório é denomidado concreto porque a criança só consegue pensar corretamente se os exemplos ou materiais que ela utiliza para apoiar seu pensamento existem mesmo e podem ser observados. A criança não consegue ainda pensar obstratamente, apenas com base em proposições e enunciados.

25 abril, 2009

O dilema do antropólogo francês

Na interdisciplina de Filosofia na Educação, participamos do fórum " O dilema do antropólogo francês", cuja proposta era defender ou contestar a decisão do antropólogo. Os grupos responsáveis por defender a decisão deveriam argumentar justificando sua decisão, os responsáveis pela contestação da decisão do antropólogo, deveriam argumentar refutando essa decisão. Este trabalho foi muito interessante, pois exercitamos o raciocínio, pois argumentar é uma forma de organizar informações, a que se chama premissas, com vista a um determinado fim, que no caso era de defender ou contestar a decisão do Claude Lee. A discussão no fórum foi exelente, pois de ambos os lados, defender ou contestar, foram explorados os argumentos de todas as posições; criadas hipóteses, lançadas as dúvidas; repensado os argumentos, em fim, exercemos a filosofia, pois discutimos, debatemos e trocamos idéias. "O ato de filosofar exige o espírito crítico e não o espírito de crítica. O espírito crítico analisa os prós e os contras, enquanto o espírito de crítica está sempre disposto a denegrir a imagem das coisas e das pessoas." Como educadores devemos proporcionar momentos para que nossos alunos exerçam a filosofia, para estimular o pensamento obstrato, desenvolver sua autonomia do pensar, em fim, para que ela possam crescer críticas sobre si mesma e sobre o mundo que as rodeia e mais, possam perpetuar sua curiosidade natural.

24 abril, 2009

Mosaico etnico-racial

No enfoque II de QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA, realizamos um mosaico etnico-racial, cujo objetivo era sensibilizar os alunos, acerca das diferenças que compõem os grupos familiares e os grupos de convivência. Embora o conceito de raça seja associado ao de etnia, o que às vezes dificulta o entendimento desses conceitos, através do trabalho realizado com os alunos, foi possível oportunizar um entendimento, de que, a etnia compreende os fatores culturais, a nacionalidade, a religião, a língua e as tradições, enquanto a raça compreende apenas os fatores morfológicos, como a cor da pele, constituição física, estatura, traço facial, etc. O termo étnico é fundamental para demarcar que o indivíduo pode ter a mesma cor de pele que o outro, o mesmo tipo de cabelo e traços culturais e sociais que o distingui, caracterizando assim etnias diferentes. Usei como gancho, para dar inicio a este trabalho, a visita que fizemos ao Museu Julio de Castilhos, onde os alunos vivenciaram parte da história dos indígenas, africanos e brancos, a partir desses tópicos abordei o tema das diferentes etnias que surgiram com a chegada dos africanos, espanhóis e portugueses ao Brasil, pois houve uma grande miscigenação, devido a mistura de raças; de povos de diferentes etnias. Em fim, somos um povo fruto de um intenso processo de miscigenação, que gerou uma nação singular com indivíduos culturalmente diversificados. A partir daí começamos trabalhar sobre os grupos familiares dos alunos, suas origens; para isso eles fizeram levantamentos dos dados com os pais, indagando sobre a nacionalidade dos pais; avós; bisavós; etc, os costumes que foram herdados pelos antepassados; comidas; brincadeiras; festas; crenças; etc. O trabalho foi bem dinâmico, envolvendo os alunos de uma forma bem prazeroza, eles fizeram a técnica do auto-retrato, a árvore brasileira; onde registramos as origens dos familiares dos alunos, localizamos a tragetória dos antepassados no mapa, montamos um painel com as fotos dos familiares; cujas fotos foram organizadas em ordem cronológica. Participar desse trabalho foi muito importante para os alunos, pois foi um momento para eles refletirem sobre as características que lhe constituíram e lhe constitui como pessoa e valorizar o que trazem de ancestralidades.

15 abril, 2009

EDUCAÇÃO ESPECIAL

De acordo com texto História, Deficiência e Educação Especial, de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda, da antiguidade até a idade contemporânea, houve muitas conquistas alcançadas pelas pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais. O texto se propõe a realizar um rastreamento histórico da Educação Especial e de acordo com alguns estudiosos na área é identificado quatro estágios no desenvolvimento do atendimento às pessoas que apresentam deficiências. O primeiro estágio, era pré-cristã, é marcado pela negligência , um exemplos disso são as crianças espartanas portadoras de deficiência física ou mentais, que eram consideradas sub-humanas , o que legitimava a sua eliminação ou abandono. Na idade média encontra-se a fase da constitucionalização, os indivíduos que apresentam deficiência eram acolhidos em conventos ou igrejas, cujas paredes convenientemente isolavam e escondiam o incômodo ou inútil. No terceiro estágio, idade moderna, a apologia era a o método experimental, o método científico, nessa época surgem as classes especiais em escolas públicas, que oferecem à pessoas deficiente uma educação à parte. Na idade contemporânea o homem na sociedade é o conteúdo central do questionamento desse período, com base nessa compreensão as atitudes para com os portadores de deficiência se modificam nessa nova sociedade, na medida que vão sendo oferecidas oportunidades educacionais e de integração social, cujo objetivo é integrá-los em ambientes escolares. O homem passa a ser pensado através das relações que mantém com outros homens na sociedade. Foi pensando nessa integração social, na inclusão, que em 2008 acolhemos em nossa escola uma aluna com deficiência visual, ela permaneceu em minha turma, 4ª série, por um período de apenas 2 meses, pois devido a sua condição específica e suas limitações imposta pela deficiência visual não foi possível desenvolver suas potencialidades. Após várias reuniões com SOE, chegamos a conclusão as necessidades físicas, da menina, estavam interferindo em seu desenvolvimento intelectual, ela não estava se desenvolvendo, pois a escola não tinha recursos necessários para auxiliar a sua aprendizagem, foi então que a encaminhamos para uma escola especial. Diante desses casos que frequentemente ocorrem nas escolas regulares, devemos repensar sobre a inclusão de portadores de necessidades especiais nestas instituições, isto é, os casos específicos, pois propiciar integração social de nada garante o desenvolvimento intelectual, o desenvolvimento das potencialidades desse indivíduo.

13 abril, 2009

PÁSCOA

Na semana de Páscoa trabalhei com meus alunos sobre o significado desse festejo, e apesar de todos os anos eles trabalharem sobre isso, sempre há uma aprendizagem nova sobre o tema. Este ano, o foco principal foi a Páscoa no Mundo, pois os alunos levantaram a questão das diversas variações da origem e do significado do festejo da Páscoa no Mundo.

05 abril, 2009

Ação

De acordo com o texto Epistemologia Genética, o conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações. Quando fiz magistério uma das aprendizagens significativas, na didática de matemática, foi a sequência POF. O "P" representa a pessoa(aluno), o "O" o objeto(materiais) e o "F" a figura(escrita). Dessa forma, geralmente, quando inicio um conteúdo novo, em diferentes disciplinas, em primeiro lugar trabalho com o aluno, pois acredito que para o aluno é mais significativo quando ele é o sujeito da ação. Na segunda etapa dessa sequência o aluno usa material concreto, pois a manipulação de objetos, trabalhada paralelamente com uma ação mental, fecunda um desenvolvimento cognitivo que formará estruturas que garantirão uma continuidade de aprendizagens. E conforme o texto, Epistemologia genética, é a ação do sujeito que possibilita a construção de suas estruturas cognitivas.