30 outubro, 2009

Planejamento


                                          
     No módulo 4, da interdisciplina de Linguagem e Educação, a proposta era elaborar um planejamento de aula, tendo com embasamento teórico a leitura obrigatória “Não há como alfabetizar sem método? “(TRINDADE, no prelo) e o material do power point.

     Esta foi uma das atividades mais prazerosas, pois está de acordo com a forma que trabalho em sala de aula. O diferencial está na estrutura do planejamento didático, pois há de ser considerado uma série de itens, que apesar de não nomeá-los na minha prática não os deixo de pôr em prática.
     Nos meus planejamentos procuro contemplar atividades que são fundamentais à aquisição do conhecimento e que são coadjuvantes da aprendizagem, seja uma atividade oral; escrita; jogos; produções textuais, entre outras tantas, seja em grupo; duplas; individual, etc.
     Na minha curta vivencia como educadora já me deparei com questionamentos relacionados ao planejar aulas, pois algumas colegas simplesmente chegam a sala de aula e abrem o livro e fazem o registro da atividade no quadro, ou então, simplesmente anotam as páginas do livro e pronto...Os que trabalham com planejamento são vistos como quem não tem coisa mais útil para fazer, pois ficam gastando seu tempo planejando aula.
     Infelizmente isso faz parte da cultura brasileira, fazer sem planejar.
     Pra mim, o planejamento, além de um roteiro de organização, dá uma idéia das dúvidas que poderão surgir, dos imprevistos que poderão ocorrer. Além disso, o planejamento dá suporte para os diversos rumos que aprendizagem possa tomar.
     Um planejamento didático deve ser feito de modo a articular uma teia de conhecimentos, onde uma matéria puxa a outra, onde se tenha uma seqüência nos conteúdos, pois, a continuidade é fundamental para uma aprendizagem significativa, por que um novo conhecimento nos remete a novos questionamentos, que nos levarão a novos conhecimentos e assim sucessivamente.

“sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino.” (Paulo Freire)

18 outubro, 2009

CURRÍCULO INTEGRADO


     O enfoque temático 2, da interdisciplinar de Didática , Planejamento e Avaliação, cuja temática é Currículo Integrado, tínhamos como objetivo identificar as influências dos modos de produção nos sistemas educacionais; compreender as origens das propostas do currículo integrado e exercitar o planejamento de uma atividade interdisciplinar.

     Neste enfoque discutimos os obstáculos da excessiva fragmentação do conhecimento disciplinar, além de pensarmos em possíveis alternativas a isso, entre elas o currículo integrado.
     De acordo com o texto As Origens da Modalidade de Currículo Integrado, de Santomé (1998), cada modelo de produção e distribuição requer pessoas com determinadas capacidades, conhecimentos, habilidades e valores; e sobre isto os sistemas educacionais têm muito a dizer.
    Segundo o autor, a instituição escolar sempre teve como objetivo preparar a juventude para incorporar-se e assumir as regras do jogo de um modelo de sociedade, de produção e relações de trabalho, traindo assim a sua principal razão de ser, que é preparar cidadãos para compreender, julgar e intervir em sua comunidade, de uma forma responsável, justa, solidária e democrática.
     A política de fragmentação da produção, taylorista e fordista, reforçava os sistemas piramidais e hierárquicos de autoridades, privava a classe trabalhadora de sua capacidade de decisão sobre o próprio processo de trabalho, sobre o produto, as condições e o ambiente de trabalho.     
     Perde-se, portanto, com a divisão do trabalho, a visão global do próprio trabalho e de sua importância social, o que se reflete na escola, com a criação das especializações que levam, fatalmente, à perda da visão global da educação e suas implicações com o contexto social mais amplo.
     Diante das crises dos modelos de produção taylorista e fordista e o surgimento de um novo modelo de gestão empresarial com base no toyotismo, que traz para a escola uma nova modalidade de gestão que adota a flexibilidade e importa a “qualidade total”. As novas necessidades educacionais impostas por este novo modelo de gestão e alta competitividade ocasionada pelos novos processos produtivos com base na flexibilização, é o responsável pelas políticas educacionais atuais, cuja ênfase se volta para o conhecimento, para habilidades e competências como condição de qualificação do novo trabalhador. Porém, sabemos que esta realidade está bem distante dos sistemas escolares, que continuam ensinando um saber de forma fragmentada.

17 outubro, 2009

Recontando histórias






     No módulo 3 da interdisciplina de Linguagem e Educação cuja temática é Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no Contexto Social,  nos foi proposto uma análise de uma narrativa gravada ou transcrita, de uma criança ou um adulto em fase inicial de escolarização. Análise esta embasada a partir do texto Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009), do áudio e do vídeo.


     Realizei a atividade com meu sobrinho de 4 anos de idade, que recontou uma história que gosta muito, a dos três porquinhos. Porém os nomes dos porquinhos foram diferentes, pois apesar de sua mãe ter contado a história com os nomes originais desses personagens, seu pai, por não lembrar dos nomes, inventou outros, no entanto, foram estes que ficaram registrados na mente do meu sobrinho.
     Na narrativa foi possível identificar o elemento da dramatização que segundo Lélia Erbolato Melo, linguista da Universidade de São Paulo (USP), é incorporado pelos pequenos no contato com narrativas. Essa dramatização foi identificada nos movimentos que meu sobrinho fazia com os bichos de pelúcia, como se estes fossem marionetes, nas vozes que imitava, na presença de diálogos entre os personagens, porém, foi a partir do embasamento teórico que houve a possibilidade de identificar estes elementos significativos numa simples narrativa de uma criança de apenas 4 anos de idade.
     Apesar de não ter concluído a história, meu sobrinho demonstrou que, essa narrativa de expressão obedece a uma lógica interna e uma seqüência temporal.
     No vídeo “Pensamento Infantil – A narrativa de criança”, a educadora Monique Deheinzelin explica que a narrativa de uma criança é uma brincadeira, que na verdade todas as ações das crianças nesse período podem ser chamadas de faz de conta, mas que isso não quer dizer que o faz de conta não seja um trabalho expressivo, um trabalho de criação, um trabalho intelectual. Pois, a narrativa da criança obedece a certa exigência de lógica interna, que não é da lógica do adulto que da lógica da criança.

     Monique comenta que a criança mistura os fatos da realidade e, às vezes, uma narrativa do cotidiano; uma situação de roda e até mesmo quando conta um passeio de final de semana, entrevêem vários outros elementos que aparentemente não tem a ver com aquele passeio, o que a gente tem como resultado é uma tradução muito forte, muito afetiva da experiência da criança, do que se ela se mantivesse só nos dados da realidade.
     A educadora ainda comenta que, nós os adultos que temos dificuldade de aceitar, de entrar na interpretação e, de entender que a atitude da criança é sincrética, tudo ao mesmo tempo agora. A que, a criança tem muito claro o que é o plano de experiência diária cotidiana e o que está no plano da imaginação, apesar de confundidos na sua narrativa.
    Uma vez por semana os alunos da escola que leciono participam da hora do conto, evento que ocorre na biblioteca da escola.
   Ao retornar à sala de aula, faço exploração oral sobre a história, eles gostam muito disso, mas um fator que sempre me chamou atenção é que nem sempre eles recontam a história da mesma forma, enquanto uns omitem fatos, outros acrescentam.