No módulo 3 da interdisciplina de Linguagem e Educação cuja temática é Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no Contexto Social, nos foi proposto uma análise de uma narrativa gravada ou transcrita, de uma criança ou um adulto em fase inicial de escolarização. Análise esta embasada a partir do texto Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009), do áudio e do vídeo.
Realizei a atividade com meu sobrinho de 4 anos de idade, que recontou uma história que gosta muito, a dos três porquinhos. Porém os nomes dos porquinhos foram diferentes, pois apesar de sua mãe ter contado a história com os nomes originais desses personagens, seu pai, por não lembrar dos nomes, inventou outros, no entanto, foram estes que ficaram registrados na mente do meu sobrinho.
Na narrativa foi possível identificar o elemento da dramatização que segundo Lélia Erbolato Melo, linguista da Universidade de São Paulo (USP), é incorporado pelos pequenos no contato com narrativas. Essa dramatização foi identificada nos movimentos que meu sobrinho fazia com os bichos de pelúcia, como se estes fossem marionetes, nas vozes que imitava, na presença de diálogos entre os personagens, porém, foi a partir do embasamento teórico que houve a possibilidade de identificar estes elementos significativos numa simples narrativa de uma criança de apenas 4 anos de idade.
Apesar de não ter concluído a história, meu sobrinho demonstrou que, essa narrativa de expressão obedece a uma lógica interna e uma seqüência temporal.
No vídeo “Pensamento Infantil – A narrativa de criança”, a educadora Monique Deheinzelin explica que a narrativa de uma criança é uma brincadeira, que na verdade todas as ações das crianças nesse período podem ser chamadas de faz de conta, mas que isso não quer dizer que o faz de conta não seja um trabalho expressivo, um trabalho de criação, um trabalho intelectual. Pois, a narrativa da criança obedece a certa exigência de lógica interna, que não é da lógica do adulto que da lógica da criança.
Monique comenta que a criança mistura os fatos da realidade e, às vezes, uma narrativa do cotidiano; uma situação de roda e até mesmo quando conta um passeio de final de semana, entrevêem vários outros elementos que aparentemente não tem a ver com aquele passeio, o que a gente tem como resultado é uma tradução muito forte, muito afetiva da experiência da criança, do que se ela se mantivesse só nos dados da realidade.
A educadora ainda comenta que, nós os adultos que temos dificuldade de aceitar, de entrar na interpretação e, de entender que a atitude da criança é sincrética, tudo ao mesmo tempo agora. A que, a criança tem muito claro o que é o plano de experiência diária cotidiana e o que está no plano da imaginação, apesar de confundidos na sua narrativa.
Uma vez por semana os alunos da escola que leciono participam da hora do conto, evento que ocorre na biblioteca da escola.
Ao retornar à sala de aula, faço exploração oral sobre a história, eles gostam muito disso, mas um fator que sempre me chamou atenção é que nem sempre eles recontam a história da mesma forma, enquanto uns omitem fatos, outros acrescentam.
Monique comenta que a criança mistura os fatos da realidade e, às vezes, uma narrativa do cotidiano; uma situação de roda e até mesmo quando conta um passeio de final de semana, entrevêem vários outros elementos que aparentemente não tem a ver com aquele passeio, o que a gente tem como resultado é uma tradução muito forte, muito afetiva da experiência da criança, do que se ela se mantivesse só nos dados da realidade.
A educadora ainda comenta que, nós os adultos que temos dificuldade de aceitar, de entrar na interpretação e, de entender que a atitude da criança é sincrética, tudo ao mesmo tempo agora. A que, a criança tem muito claro o que é o plano de experiência diária cotidiana e o que está no plano da imaginação, apesar de confundidos na sua narrativa.
Uma vez por semana os alunos da escola que leciono participam da hora do conto, evento que ocorre na biblioteca da escola.
Ao retornar à sala de aula, faço exploração oral sobre a história, eles gostam muito disso, mas um fator que sempre me chamou atenção é que nem sempre eles recontam a história da mesma forma, enquanto uns omitem fatos, outros acrescentam.
2 comentários:
Sueli, que lógica interna percebestese qual a seuqência temporal? Podes exemplificar?
Um abração
Bea
Sueli pelo que relatas o teu sobrinho reproduziu a história que ele sempre escuta. Ou, em algum momento, ele criou algo diferente? Costumas trabalhar com histórias na tua sala de aula? Como?
Um abraço, Simone - Tutora sede
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