27 setembro, 2009

Cultura surda e comunidade surda



     Um dos tópicos da atividade 1, da interdisciplina Língua Brasileira de Sinais – Libras, é sobre os aspectos da cultura surda, que é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de se torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas.         
     Isto significa que abrange a língua, as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo.

     Cultura surda e comunidade surda são dois aspectos distintos entre si, pois o primeiro diz respeito apenas ao sujeito surdo, porem o segundo não, há também sujeitos ouvintes, membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros, que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização.
     Para a comunidade surda, o deficiente auditivo não participa de Associações e não sabe LIBRAs. O surdo é aquele que tem a LIBRAS como sua língua.

      Um pouco da história dos surdos:
     A história dos Surdos registra os acontecimentos históricos dos surdos, como grupo que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
     Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade surda, da sua língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.
     Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo deixou de ser a designação do Surdo.
     Pedro Ponce de León inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente econômica). León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a idéia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo fato de terem feito voto de silêncio).
     Nesta época era costume que as crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento fossem filhas de pessoas que tinham uma situação econômica boa. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".
     Atualmente, os estudos se lançam na luta contra a interpretação da surdez como deficiência, contra a visão da pessoa surda enquanto indivíduo deficiente, doente e sofredor, e, contra a definição da surdez enquanto experiência de uma falta. Conforme, Wrigley (1996, p. 12) “Os surdos, enquanto grupo organizado culturalmente, não se definem como “deficientes auditivos”, ou seja, para eles o mais importante não é frisar a atenção sobre a falta/deficiência da audição - os surdos se definem de forma cultural e lingüística.”

3 comentários:

Daiane Grassi disse...

Olá Sueli! Parabéns pelo mês de setembro! Teu portfólio de aprendizagem está bastante rico em informações!!! Se, no final do mês tivéssemos uma produção baseada no blog, certamente te darias bem! Bom, mas tenho um desafio para te fazer: realizar uma parada para refletir sobre tua prática e as influências que o PEAD está realizando na mesma, que tal?! Volto em breve! Um abração, uma ótima semana, Daiane.

Unknown disse...

Sueli,

Olá! Boa explicação da diferença de surdo e deficiente auditivo.
Abraços!

Simone disse...

Sueli trouxeste, nesta postagem, muitas informações interessantes sobre a cultura surda. Já tiveste algum aluno surdo? A tua escola já recebeu algum?
Um abraço, Simone - tutora sede